Um dia acordei e não te vi, pensei que tivesses saído e que irias voltar, mas não. Tu partis te e eu deixei de saber de que cor era o teu dia. Foi rápido e suave como a brisa do vento, se calhar foi melhor assim, pelos menos pra ti, tento acreditar que sim. Não percebi e não me lembro como surgis te e da mesma maneira, sem saber, foste embora. Podias ao menos ter sido criativo. Fiquei sempre com a sensação de culpa até ter perdoado, para te poder acusar de ti, do teu egoísmo. Mas nesse momento tudo se tornou ainda mais complicado e confuso, afinal tinha de te esquecer porque não te sabia perdoar. E em vez de esquecer só me lembrava, e pensava como era se não tivesse sido. Só que pensar não foi o pior, querer mexer no que já tinha sido e era agora o passado e querer mudar sem poder, foi muito mais doloroso. Sentimos o peso da vida quando temos de caminhar com ela sem ajuda, a vida pesa quando estamos sós. Somos todos seres sensíveis e não quero julgar ninguém porque todos nós sofremos. Mas o sentir é isto, é felicidade, é prisão, é batalha, é estranho, é mágico, é intenso, é fraco, é falso, é traidor, é triste, não depende só de nós e é por isso que nunca sabemos (…)

Sem comentários:
Enviar um comentário